O porquê que contratar um engenheiro compensa. Parte I
Atualizado: 31 de mai. de 2018
Tá caro, seu Zé falou que dá pra fazer com metade disso

Ainda que Projetos e aprovações custem, em média, apenas 5% da obra, o grande imaginário popular ainda carrega a idéia de que contratar um profissional especializado — i.e. : um Engenheiro ou Arquiteto — deixa a obra mais cara. Tal ideia remonta a um passado colonial, onde a mão de obra especializada era custosa, e boa parte dos profissionais do ramo da AEC (Arquitetura Engenharia & Construção) eram ligados ao império. Também está ligada à ideia dos Arquitetos Popstar, onde uma simples casa de 100 m2 pode custar um milhão simplesmente pela assinatura da projetista.
Mas a verdade é que esse pensamento está muito distante da realidade atual do mercado da construção civil. Na hora de explicar porque compensa contratar um engenheiro, muitos colegas de profissão preferem focar seus discursos na importância da engenharia, no quesito de segurança e estabilidade das estruturas, ou então na racionalização do uso dos materiais. Considero ambos os argumentos válidos, porém distante da realidade do cliente, que frente a um grande portfólio “do pedreiro conhecido”, acreditam que a estabilidade 10 casas assegura a de 11 casas. Prefiro jogar a luz sobre algo mais importante, também relacionado ao questão de segurança porém menos disseminado: o método dos Estados Limites.
Não esse texto não irá tratar quesito técnico dos estados limites, não se preocupe, minha missão aqui é a de apenas explicar aos leigos como os projetos de engenharia são feitos. Mas cabe aqui uma pequena introdução: a partir do início da década de 90, projetistas brasileiros começaram a adotar os Método dos Estados Limites, seguindo uma tendência global, passando a ensinar tal método nas escolas de Engenharia e gradativamente atualizando as normas estruturais para trabalhar sob tais métodos. Trata-se de um método semi-probabilístico, que passou a vigorar em substituição a um método determinístico. Não se preocupe você não precisa saber o que significa semi-probabilístico e determinístico, não precisamos discutir isso.
O que você precisa saber, é que toda estrutura, por mais segura e bem construída que seja, se deforma, e esse é um processo natural que profissionais qualificados consideram na hora de dimensionar qualquer estrutura. A consideração é feita tomando-se duas hipóteses: o Estado Limite de Serviço e o Estado Limite Último. O primeiro Estado se refere ao quanto a estrutura deve suportar até que sua deformação represente incomodo para a utilização pelo usuário. Exemplo disso são as estruturas de madeira dos telhados,